Alcabrozes

Érêmes Muites, Apanhárêmes Pôque..., Olha!... Safárêmes!!!

sexta-feira, julho 30, 2010

Fim da linha



1954-2010

Zé da Lela

quarta-feira, julho 28, 2010

Absolutamente fantástico

Provavelmente um dos melhores filmes que vi até hoje.



Zé da Lela

quarta-feira, julho 21, 2010

Isto podia ser

Uma espécie de versão pimba do Bufallo Bill do Silêncio dos Inocentes a cantar o Goodbye Horses... E também podia ter piada se não fosse trágico.

Zé da Lela

quinta-feira, julho 08, 2010

Time flies McFly



Lembram-se? Foi na passada Terça-Feira que o Marty McFly chegou ao futuro no seu Delorean...

Zé da Lela

quarta-feira, junho 30, 2010

66 anos depois



Um livro verdadeiramente interessante e ilustrativo.
(Edição inglesa a metade do preço da portuguesa na FNAC)

Zé da Lela

Resta-nos



O alívio pelo fim da vuvuzelada...

Zé da Lela

segunda-feira, junho 21, 2010

Pragmatismo e ingenuidade

Na infância, parvoíce e histeria na adolescência, eis o caminho do crescimento humano...




Zé da Lela

sexta-feira, junho 18, 2010

E agora

quarta-feira, junho 09, 2010

Mediterrâneo

Zé da Lela

terça-feira, junho 08, 2010

Boa sorte Batekas

Zé da Lela

Bonzinho, engraçado e diferente



Zé da Lela

sexta-feira, maio 21, 2010

Bang, bang

De tempos a tempos surgem estudos académicos versando os mais variados assuntos. Uns mais interessantes do que outros, uns com objectivos pré-estabelecidos claros, outros mais ou menos inquinados por posicionamentos ideológicos, por sentimentos, pelas ideias pré-concebidas de quem os produz. Outros pretendem ser assustadores, muito porque pelo medo pretendem captar a atenção de um desinteressado e indiferente público alvo. Fazem-no através de previsões catastrofistas, pela projecção de cenários tenebrosos, evocando medos, promovendo a irracionalidade. Foi assim com o bug do ano 2000, com a BSE, com as gripes das aves e depois dos porcos, etc, etc. Alguns dos estudos parecem assemelhar-se a versões académicistas daqueles mails que supostamente nos avisam de perigos tão credíveis como os pionés infectados com HIV colocados nos assentos dos cinemas e dos transportes públicos, o roubo de orgãos depois de uma noite de copos ou das drogas nas bebidas para uma noite de sexo semi-consentido.
Surge agora um estudo que nos quer fazer querer que Portugal é uma espécie de farwest, uma Tchetchénia encravada na Península Ibérica, um território de gente armada até aos dentes. E avança números: em Portugal há, segundo os autores, 2.5 milhões de armas (supõe-se que de fogo), das quais 50% são/estão ilegais. Em cinco anos terão morrido perto de 700 pessoas vítimas de armas, supõe-se uma vez mais que de fogo. Parece ainda que estas armas terão custado ao orçamento público 108 milhões de euro ano em prejuízos, avaliados por baixo. Portanto, conclusão de fundo, as armas são por natureza objectos malévolos e devíamos acabar com elas, impedindo o acesso de civis às mesmas, deixando estes instrumentos demoníacos nas mãos das polícias e dos exércitos. E pronto, assim teríamos uma sociedade muito mais tranquila e em 5 anos tínhamos por cá mais 700 almas entre nós ao invés de junto do criador.

Como aprecio a lógica proponho que se estenda a mesma a outros domínios. Quando penso na quantidade de vidas ceifadas na estrada - seguramente mais de 700 por ano, ou seja mais de 5 vezes as vidas reclamadas pelas armas - penso logo que a Amnistia Internacional devia estabelecer um padrão de, vá lá, um automóvel por cada 10 habitantes. E quando penso nos prejuízos anuais causados por estas máquinas infernais, acho que se calhar o melhor mesmo é pura e simplesmente proibir a sua posse. Transportes públicos e carros oficiais bastariam seguramente. Depois há ainda as facas de cozinha, objectos intervenientes em tantos homicidios ou ainda as alfaias agrícolas, as pedras, os paus, as chaves de parafuso, os míticos picadores de gelo, os pés-de-cabra, os martelos, entre outros. Tudo coisas a banir porque toda gente sabe que se tratam de objectos que transformam um pacato cidadão num potencial Jeffrey Dahmer.

Agora a sério. É impossível saber quantas armas ilegais existem em Portugal ou em qualquer outro lugar do mundo, precisamente porque a sua ilegalidade as torna incontabilizáveis. O número de mortes causadas por armas é lamentável mas carece igualmente de clarificação: estamos a falar de homícidos, suícidios, acidentes ou de todas essas coisas somadas? Será o número estatisticamente sustentado e significativo? Que prejuízos são esses causados à finança pública pelas armas? Não estou a ver, mas consigo ver a significativa receita que as mesmas produzem através de taxas, impostos, licenças, seguros, tudo pago a muito bom preço (sobretudo com os substanciais aumentos implementados em 2006 pelo governo socialista). Existe uma relação directa entre as armas e a criminalidade e a violência? Claro que não, caso contrário a Suiça - provavelmente um dos países mais armados do mundo, com os cidadãos a serem armados e municiados gratuitamente pelo Estado - seria uma espécie de Libéria da Europa e toda gente sabe que não é. Não só não é como é um dos países com uma das menores taxas de homicidio de todo o mundo. Banir ou restringir a posse legal de armas é uma medida benéfica? Sim, claro, se o objectivo for expandir o mercado negro e transformar pessoas comuns em criminosos.

Quem sabe a dificuldade que é conseguir praticar em Portugal uma modalidade que curiosamente já medalhou mais o país do que qualquer outra, entende aquilo de que estou a falar. Quem não entende a razão pela qual o actual governo estreitou ainda mais um já de si restritivo quadro legal associado à posse de armas ao mesmo tempo que o abriu inexplicávelmente à classe política, entende aquilo de que estou a falar. Quem não percebe porque é que também nisto não somos europeus de pleno direito, entende aquilo de que estou a falar.

Não são as armas que matam, são as pessoas que as empunham. Educar e dar dignidade às pessoas, torná-las cidadãos livres e responsáveis é uma receita complexa, não compaginável com discursos alarmistas e bacocos. Porque Portugal não é isto...



Zé da Lela